Medicina Chinesa e a sua intervenção no contexto atual

30-03-2020

Dadas as circunstâncias actuais, tive algumas dúvidas sobre o tema que queria partilhar este mês. Pensei inclusivamente, se seria adequado partilhar um artigo sobre um assunto que de certa forma todos nós começamos a ficar saturados. No entanto, este é um tema incontornável nos dias de hoje pelo que é importante entender a posição da Medicina Tradicional Chinesa sobre o mesmo.

A Medicina Tradicional Chinesa é na sua origem um sistema que pretende integrar tudo o que se encontra em nós e ao nosso redor, trazendo importantes contributos para o nosso estilo de vida. O objectivo desta publicação é esse mesmo, trazer para a vida de cada um de nós informação que nos ajuda à manutenção da saúde neste cenário.

Primeiramente devemos entender um pouco mais sobre a fisiopatologia do virus em causa, seja do ponto de vista ocidental, seja do ponto de vista oriental.

Segundo o Dr. Sun Pelin, numa fase inicial e, portanto, também a que queremos prevenir, existem 3 sistemas de orgãos envolvidos na fisiopatologia energética desta condição.

  • O sistema do Pulmão, que está directamente relacionado com sintomas como febre, tosse seca, dificuldades respiratórias e dores de cabeça. (Peilin, 2020)
  • O sistema do Baço-Pâncreas, diretamente relacionado com diarreia, vómitos, falta de apetite e cansaço. (Peilin, 2020)
  • E o sistema do Sanjiao, que de forma geral ajuda a que todos os outros sistemas funcionem de uma forma regulada.

A partir desta premissa, e do que se conhece ser o desequilibro energético originado pelo vírus, existem algumas recomendações gerais que podem ser dadas, tendo sempre em consideração que devem ser sempre ponderadas de acordo com cada caso individual, pelo que se recomenda sempre o acompanhamento pelo especialista de Medicina Tradicional Chinesa.

Tirando o exercício terapêutico da acupunctura, a medicina chinesa encerra em si outras áreas terapêuticas, e são estas que num momento de isolamento social podem ser utilizadas.

Moxabustão

A aplicação de moxabustão em pontos específicos é recomendada neste cenário, e pode ser feita pelo próprio paciente, desde que acompanhado à distância pelo especialista. A aplicação de moxa vai permitir um reforço na energia geral do corpo, ajudando assim a fortalecer os sistemas acima referidos.

  • Zusanli (E36), Neiguan (PC6), Hegu (IG4), Qihai (VC6), Guanyuan (VC4), Sanyinjiao (BP6). Cada um dos pontos durante 10 minutos. (WFAS; 2020)

Pode também ser utilizada uma pasta quente de moxa ou um creme que aqueça os pontos, preferencialmente à base de moxa.

  • Zusanli (E36), Neiguan (PC6), Qihai (CV6), Guanyuan (CV4), Feishu (B13), Fengmen (B12), Pishu (B20), Dazhui (VGl4). (WFAS; 2020)

Tuina

Uma massagem pelos meridianos do Pulmão e Coração (no membro superior) e pelos meridianos do Estômago e Baço-Pâncreas (abaixo do joelho), com pressão, fricção, amassamento ou "tapping" são recomendadas num intervalo de tempo entre 15 a 20 minutos para cada uma das localizações. (WFAS; 2020)

Chi Kung

Outra das ferramentas recomendadas é o exercício de práticas energéticas, como o Chi Kung, direccionando os exercícios para o fortalecimento da energia de forma geral, e dos sistemas envolvidos de forma particular. Deve ser praticado 1 vez por dia, 15 a 30 minutos em cada vez. (WFAS; 2020)


Bibliografia

- Peilin, Sun; Exploration of pathogenesis and treatment with TCM for Novel Coronary virus pneumonia; 2020
- WFAS ; Guidelines on Acupuncture and Moxibustion Intervention for COVID-19 (second edition) , 2020

Cláudia Raimundo | Medicina Tradicional Chinesa 
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